Cresce adesão à energia solar em Dourados (MS)
Motivo da corrida em busca da tecnologia fotovoltaica acontece por que sul-mato-grossense paga uma das contas de energia mais caras do país


A busca por painéis solares para gerar eletricidade tem crescido significativamente em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Além de não agredir o meio ambiente, por ser uma fonte limpa e renovável, a energia solar é uma alternativa aos altos custos cm as tarifas de energia elétrica.
Segundo especialistas, o sul-mato-grossense paga uma das contas de energia mais caras do país, estimulando essa ‘corrida” em busca da energia solar. A conta de luz dos brasileiros é a 37ª mais cara do mundo, segundo o ranking de tarifas do Global Petrol Prices de 2019, que inclui 110 países. Em média, o valor fica atrás do que é cobrado na maioria dos países europeus, mas à frente das nações em desenvolvimento.
Dourados quer seguir o exemplo dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Goiás, que já oferecem incentivos fiscais, como isenção total de ICMS (Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) para uso da energia fotovoltaica em residências e estabelecimentos comerciais.
Para isso, foi apresentado na Câmara Municipal a sugestão de execução de estudo técnico para elaboração de projeto de lei de estímulo ao uso da energia solar fotovoltaica, com previsão de redução de tributos municipais aos usuários dessa fonte de energia não-poluente e sustentável. A ideia é de que o projeto englobe residências e estabelecimento comerciais do município. Em Campo Grande a Prefeitura implantou o “Programa Campo Grande Solar”. O programa concede benefícios fiscais aos imóveis que possuam ou venham a instalar Sistema de energia solar fotovoltaica na Capital, visando auxiliar a sustentabilidade urbana.
Em Dourados, o empresário do ramo metalúrgico Emerson Marra de Oliveira teve uma economia significativa ao instalar as placas na empresa. A produção própria de energia por meio dos painéis solares fez o custo da fatura de energia do empresário cair de cerca de R$ 1.500 por mês (somando a conta residencial e a da empresa) para em torno de R$ 100 ao mês. Na prática, a empresa tornou-se autossuficiente em energia e o único valor pago corresponde à taxa obrigatória de ligação na rede e pagamento da Contribuição para o Custeio dos Serviços de Iluminação Pública (Cosip).
A empresa consome bastante energia diariamente para suprir máquinas de solda, policorte, ar-condicionado, geladeira, computadores e a iluminação do prédio onde está sediada. Ainda assim, consegue abastecer a residência de Oliveira. “Foi um excelente investimento”, avalia o empresário.
Em média, o sistema de implantação de placas para captação de energia solar se paga em cinco anos. Em fevereiro deste ano, Mato Grosso do Sul atingiu a marca de 124,5 MW de potência instalada em geração distribuída de energia elétrica - geração para consumo próprio em instalações residenciais, comerciais e industriais.

Adriana Dorante
Jornalista formada pela Universidade Santa Cecília (Santos), com especialização em jornalismo econômico pela PUC/SP. Trabalhou como repórter de economia em grandes veículos de Comunicação, como DCI e jornais regionais em Campinas. Realizou trabalhos em comunicação institucional (publicações impressas e digitais) e assessoria de imprensa para entidades e empresas de diferentes segmentos em São Paulo. Atua na cobertura jornalística do setor elétrico há cerca de 5 anos.
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