Quase metade dos brasileiros aceitaria pagar mais caro por energia renovável
Pesquisa também aponta que 8 em cada 10 consumidores gostaria de ter liberdade para escolher a empresa fornecedora de eletricidade


Quase metade da população brasileira aceitaria pagar mais caro para incentivar o uso de energia renovável, aponta pesquisa realizada pelo DataFolha e encomendada pela Associação Brasileira de Comercializadores de Energia (Abraceel). De acordo com o levantamento, 46% dos entrevistados demonstraram a essa disposição, superando o índice de 39% apurado no ano passado.
Em entrevista a rádio CBN nesta terça-feira (3/8), o gerente do Datafolha, Paulo Alves, afirmou que a maior incidência entre pessoas que responderam positivamente a essa pergunta está entre os jovens e a população de maior renda.
Chama atenção a preocupação com sustentabilidade em detrimento da economia, principalmente levando em conta que o mesmo levantamento mostra que 8 em cada 10 brasileiros consideram o preço da energia elétrica caro ou muito caro.
O item foi incluído em uma pesquisa sobre a percepção do brasileiro em relação ao setor elétrico, com especial atenção a liberalização do mercado de energia. Entre os entrevistados, 58% disseram que escolher o fornecedor de energia reduzirá a conta de luz, contra 18% que entendem que o efeito será contrário.
Ainda foi estimado que 8 em cada 10 brasileiro gostariam de poder escolher a empresa fornecedora, em linha com os resultados das pesquisas anteriores.
De acordo com o DataFolha, o levantamento ouviu mais de 2 mil pessoas e foi realizado no início de maio em 130 municípios de todas as regiões do País.
Projeto de Lei
O presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiros, afirmou na transmissão que o objetivo da pesquisa foi mobilizar a classe política para colocar em votação o Projeto de Lei 414/2021, que viabiliza a expansão do mercado livre de energia no Brasil.
“O PL foi aprovado no Senado e está parado na Câmara. É um projeto voltado para o consumidor e não para os operadores”, disse o executivo.
O diretor de mercados e consumidores da Entidade Reguladora de Serviços Energéticos de Portugal (ERSE), Eduardo Teixeira, falou sobre o processo de liberalização da comercialização de energia no país europeu. Ele destacou que o avanço caminhou paralelamente a expansão das fontes renováveis na matriz elétrica portuguesa.
“Um modelo em que o consumidor escolhe uma fonte de geração limpa só é possível com o mercado liberalizado”, disse Teixeira.
Medeiros acrescentou que o direito de escolha permitirá a criação de novos produtos, incluindo a compra de energia verde, e tornará o consumidor mais ativo no setor. “A liberalização do mercado poderá fazer da geração distribuída (GD) um modelo de negócios, em que o consumidor vende excedente de energia para outro”, disse o presidente da Abraceel.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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