ONG Revolusolar instala primeira cooperativa de geração distribuída no Rio de Janeiro

Projeto vai beneficiar 35 famílias da comunidade da Babilônia com geração de energia solar fotovoltaica

ONG REVOLUSOLAR
Foto: Divulgação/ONG Revolusolar

A democratização da energia solar é um tema que vem à tona quando se fala em geração distribuída no País. Em junho, um projeto piloto de geração distribuída compartilhada criado pela ONG Revolusolar deve começar a funcionar na comunidade da Babilônia, no Rio de Janeiro. A iniciativa vai resultar na primeira cooperativa de energia solar em favelas no Brasil. A instituição terá base de instalação no telhado da Associação de Moradores da Babilônia. A energia gerada por um sistema de 26 quilowatts-pico (kWp) será injetada na rede elétrica e convertida em créditos, que vão beneficiar 35 famílias cooperadas das comunidades Babilônia e Chapéu Mangueira.

A construção da sede começou em novembro de 2020, ficou pronta em maio e no momento, está em fase de homologação. De acordo com o diretor executivo da Revolusolar Eduardo Avila, a solução da cooperativa se torna viável por resolver barreiras técnicas, como a falta de estrutura dos telhados para receber os equipamentos e pelo ganho em escala da energia produzida em uma usina de geração compartilhada, o que barateia o custo unitário por família.



Para construir a usina, o projeto contou com doações de empresas do setor parceiras e de um financiamento coletivo, que arrecadou quase R$ 90 mil e contou com a contribuição de 650 pessoas. O valor estimado de um projeto como este da cooperativa custa em média R$ 150 mil.

“Essa é a grande barreira. A energia solar já é mais barata do que a convencional, a questão é que ela depende de um investimento inicial, que a população de baixa renda não tem”, explica Avila. “Nem mesmo acesso às linhas de financiamento que estão surgindo essas pessoas conseguem”, afirma.

Dessa forma, o modelo da energia solar por aluguel proposto pelo projeto é o que faz caber no bolso dessas famílias os pagamentos mensais, que serão menores que a conta de luz atual. Parte do valor economizado deverá ser repassado à cooperativa para remunerar os trabalhadores locais que atuam na instituição. Outra parte, vai para um fundo comunitário, que visa financiar futuramente a expansão do sistema.

Solar na Favela

A escolha da comunidade da Babilônia para receber o projeto piloto da Revolucionar não foi ao acaso. A organização sem fins lucrativos atua na comunidade desde 2015 e tem por objetivo promover o desenvolvimento sustentável das comunidades de baixa renda por meio da energia solar. Os próprios moradores e comerciantes locais se mobilizaram em procurar alternativas para resolver os problemas decorrentes de um serviço caro e ineficiente de fornecimento de energia elétrica.

A Revolusolar entrou nessa parceria fornecendo as instalações dos sistemas fotovoltaicos, capacitando profissionais para atuarem como instaladores e eletricistas, e ainda oferecendo oficinas de conscientização ambiental para as crianças e adolescentes.

“Ao longo desses anos, realizamos três instalações solares individuais em dois comércios locais e em uma instituição comunitária. Mas percebemos que para levar a energia solar a mais famílias, o melhor modelo é o de geração compartilhada, através de cooperativas”, reforça Avila.

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Ariane Locatelli

Jornalista formada pela Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, com experiência em telejornalismo, agência de comunicação e mídias sociais. Por quase uma década, trabalhou como repórter e produtora da TV Globo São Paulo, Brasília e afiliadas. Atuou ainda como assessora de imprensa de entidades do setor elétrico.

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