Impactada por tarifas de energia, inflação fecha 2021 com aumento de 10,06%
Dados do IBGE indicam aumento acumulado de 21,21% na conta de luz do consumidor brasileiro ao longo do ano passado


Com importante impacto das tarifas de energia elétrica, a inflação fechou o ano de 2021 com um aumento de 10,06%, maior taxa acumulada no ano desde 2015, mostram dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador extrapolou a meta de 3,75% definida pelo Conselho Monetário Nacional para o ano passado, cujo teto era de 5,25%.
Conforme o IBGE, o resultado anual foi influenciado pelo grupo Transportes, que apresentou a maior variação (21,03%) e o maior impacto no acumulado do ano, com 4,19 pontos percentuais (p.p). Em seguida vieram Habitação (13,05%), que contribuiu com 2,05 p.p., e Alimentação e bebidas (7,94%), com impacto de 1,68 p.p. Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021.
No grupo Habitação, a principal contribuição (0,98 p.p.) veio da energia elétrica (21,21%). “Ao longo do ano, além dos reajustes tarifários, as bandeiras foram aumentando, culminando na criação de uma nova bandeira de Escassez Hídrica. Isso impactou muito o resultado de energia elétrica, que tem bastante peso no índice”, explicou o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.
Já o grupo dos Transportes foi afetado principalmente pelos combustíveis. “Com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. Já o etanol subiu 62,23% e foi influenciado também pela produção de açúcar”, detalhou Kislanov.
Banco Central divulga justificativas
Ainda na terça-feira (11/01), o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, enviou uma carta aberta ao presidente do Conselho Monetário Nacional (CMN) e ministro da Economia, Paulo Guedes, para justificar a inflação acima da meta prevista para 2021.
No documento, Campos Neto aponta como principais fatores que levaram o indicador ultrapassar o limite superior a tolerância foram a forte elevação dos preços das commodities, a bandeira de escassez hídrica e o desequilíbrio entre demanda e oferta de insumos, incluindo gargalos nas cadeias produtivas globais.
“De fato, a aceleração significativa da inflação em 2021 para níveis superiores às metas foi um fenômeno global, atingindo a maioria dos países avançados e emergentes”, assinalou o presidente do Banco Central.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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