Especial: Saiba os riscos de comprar um sistema solar só pelo preço

Segundo especialistas, mercado precisa se qualificar e conhecer a diferença dos equipamentos para levar ao usuário final a melhor informação

ENERGIA SOLAR TELHADO
Foto: Reprodução/Elysia

O mercado de geração distribuída está em crescimento acelerado no Brasil, porém os consumidores precisam ficar atentos ao optar pela empresa instaladora e os equipamentos para não se arrependerem depois. A escolha pelo menor preço pode levar a grandes prejuízos no médio e longo prazo, inclusive colocando em risco a credibilidade de um negócio que está apenas começando no País.

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estão em operação quase 485 mil sistemas espalhados pelo País, somando 5.763 megawatts (MW) em capacidade instalada - equivalente a quase metade da potência da hidrelétrica de Belo Monte (11.233 MW), no rio Xingu, no Pará. Desse total, 99,9% utilizam a tecnologia fotovoltaica para produzir a própria energia e economizar na conta de luz.

Com o setor ainda se consolidando, grande parte das empresas em operação são novas e com negócios ainda em estruturação. O fechamento de empreendimentos do tipo pode deixar consumidores carentes de serviços pós-venda, como os de manutenção de equipamentos críticos.

O Portal Solar apurou que mais de 6 mil empresas de energia solar estão em funcionamento no Brasil, sendo mais de 4 mil negócios foram abertos entre janeiro de 2019 e maio de 2021, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Por outro lado, 561 CNPJs neste segmento encerraram os seus negócios nos últimos dois anos.

Para o gerente comercial da unidade fotovoltaica da Fronius do Brasil, Alexandre Borin, o mercado de energia solar ainda está em uma fase de amadurecimento no Brasil, por isso ainda comporta uma gama enorme de instaladores, distribuidores e fabricantes.

“Isso é típico de um mercado novo e naturalmente traz desafios. É um ponto de preocupação que essas empresas que instalam e vendem os sistemas perdurem, de forma a garantir o melhor atendimento dos consumidores", afirmou o executivo.

“O mercado nos últimos dois anos tem se pautado muito em cima do preço e menos da qualidade. E isso impacta a vida dos instaladores. Os instaladores precisam se qualificar mais, saber a diferença dos equipamentos e levar ao usuário final a informação correta”, completou.

De acordo com o fundador e diretor da consultoria de mercado GreenerMarcio Takata, empresas que deixam de atuar trazem uma preocupação quanto à assistência técnica em caso de problemas. “O sistema fotovoltaico se trata de uma instalação com vida útil longa. É um investimento de infraestrutura na propriedade do cliente, que vai carecer de assistência e serviço pós-vendas”, explicou.

Dados do estudo estratégico de geração distribuída para o mercado fotovoltaico, feito pela Greener no segundo semestre de 2020, reforçam essa visão. Mesmo com o aumento do uso de plataformas digitais no ano passado, por conta da pandemia, o canal que mais gerou vendas às integradoras foi o de relacionamento com clientes. Cerca de 63,1% das empresas aumentaram suas vendas por indicação de clientes satisfeitos com o atendimento.

“Incentivamos novos empreendedores, pois o setor está começando no mundo e no Brasil, mas temos a preocupação em preparar esse empreendedor para estruturar uma operação competitiva. É importante ter sustentabilidade no negócio”, assinalou Takata.

Borin ressalta a importância do pós-venda para atender bem os clientes que escolhem gerar a sua própria energia. A pouca informação dos consumidores leva à escolha de produto de menor custo e maior economia na conta de luz, deixando em segundo plano a qualidade dos equipamentos e os serviços de instalação.  “É importante que os clientes saibam a diferença dos equipamentos, a qualidade do serviço que está sendo contratado”, observou.

Takata faz uma avaliação parecida. “Vemos uma dificuldade das empresas em se diferenciar pelo perfil técnico, qualidade e confiabilidade das instalações. Elas muitas vezes buscam se destacar com preços mais baixos. É natural para o mercado, mas é um ponto de atenção importante, na medida em que impacta a rentabilidade das empresas.”

“O mercado ainda não tinha passado por crise, vinha crescendo ano após ano, e mesmo na pandemia ele continua crescendo. Mas agora está passando por um filtro. Nesse momento de pandemia vamos ver empresas que vão acabar ficando pelo meio do caminho. E esse amadurecimento deve vir daqui a uns 2 anos”, estimou Borin.

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Adonis Teixeira

Jornalista formado pela Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro, com experiência de mais de 12 anos em comunicação. Acompanha o setor elétrico brasileiro há 5 anos, atuando no monitoramento de dados e informações do setor.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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