El Niño poderá aumentar preço da energia elétrica no Brasil em 2024
Fenômeno climático traz possibilidade de alterações no regime de chuvas, afetando as condições de geração hídrica em toda a América do Sul


O El Niño poderá impactar a demanda de energia e as condições de geração hídrica na América do Sul, aponta estudo da consultoria Rystad Energy. O fenômeno climático é caracterizado pela temperatura acima da média no Oceano Pacífico, levando a um clima global mais quente e mudanças nos regimes de chuvas.
Dados mais recentes de institutos de pesquisas meteorológicas mostram uma probabilidade de cerca de 90% de que um El Niño moderado comece no próximo verão do hemisfério sul. Conforme a análise, Brasil, Colômbia, Chile e Peru devem ser os mercados do continente mais afetados por esse cenário.
As hidrelétricas são uma fonte de energia fundamental para esses países sul-americanos e qualquer queda na capacidade de geração pode tornar necessário o acionamento de usinas térmicas de óleo, gás natural e carvão, encarecendo os custos para os consumidores.
Leia mais: Temperaturas globais devem subir a níveis recordes nos próximos 5 anos
A Rystad Energy prevê que o fenômeno deverá impactar de forma diferente as regiões do Brasil, em razão do tamanho e da matriz elétrica do país. De maneira geral, é esperada uma temperatura acima da média, com mais chuvas na região Sul, enquanto o Norte e o Nordeste podem enfrentar períodos de seca.
Em 2019, um El Niño mais fraco fez com que a energia natural afluente do Nordeste fosse de apenas 43% da média de longo termo. Porém, atualmente os níveis dos reservatórios brasileiros encontram-se acima de 80% e um pipeline de projetos renováveis deve manter a oferta de energia equilibrada e suavizar as flutuações de preços no próximo verão.
A consultoria estima que os preços de energia elétrica devem permanecer abaixo de US$ 20/MWh pela maior parte de 2024, mas o preço spot poderá aumentar no Nordeste no final do ano, caso os reservatórios não se recuperem plenamente na próxima temporada de chuvas.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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