Conta de luz mais cara: Brasil terá bandeira vermelha patamar 1 em junho
Medida foi adota em razão de cenário desfavorável para geração hidrelétrica e trará custo adicional de R$ 4,463 a cada 100 kWh consumidos no próximo mês


A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira (30/05) bandeira tarifária vermelha patamar 1 para o mês de junho. Com isso, os consumidores de energia elétrica de todo o Brasil terão custo adicional de R$ 4,463 a cada 100 kWh consumidos. Em maio, esteve em vigor a bandeira amarela, que adicionou R$ 1,885 a cada 100 kWh.
Conforme a reguladora, diante do cenário de afluências abaixo da média em todo o país indicado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), projeta-se uma redução da geração hidrelétrica em relação ao mês anterior, com um aumento nos custos de geração devido à necessidade de acionamento de fontes de energia mais onerosas, como as termoelétricas.
É a primeira vez desde outubro do ano passado que a bandeira vermelha é acionada. Entre dezembro e abril, a bandeira tarifária permanecia verde, refletindo as condições favoráveis de geração de energia no país. Em nota, a Aneel afirmou que, com o acionamento da bandeira vermelha patamar 1, reforça a importância da conscientização e do uso responsável da energia elétrica.
A bandeira tarifária é o sistema que sinaliza ao consumidor os custos reais da geração de energia. Criado em 2013 pela Anel, visa dar maior transparência ao repasse desses custos na tarifa de energia. O sistema entrou em vigor em 2015. O sistema é composto por quatro patamares, representados por cores: verde, amarela, vermelha 1 e vermelha 2:
- Bandeira tarifária verde: não traz custo adicional para o consumidor
- Bandeira tarifária amarela: acrescenta R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos
- Bandeira tarifária vermelha 1: acrescenta R$ 4,463 a cada 100 kWh consumidos
- Bandeira tarifária vermelha 2: acrescenta R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos
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Percentuais de afluência abaixo da média
Conforme o boletim do ONS, divulgado também nesta sexta-feira (30/05), a Energia Natural Afluente (ENA) estimada para junho está inferior à média em todos os subsistemas. Esse termo refere-se à quantidade de energia que pode ser gerada pelas usinas hidrelétricas com base na água que chega naturalmente aos reservatórios.
O Sul pode registrar índice de 86% da Média de Longo Termo (MLT), uma condição que deve contribuir para a recuperação dos armazenamentos. Para as demais regiões, a previsão é de que em 30 de junho a ENA alcance os seguintes resultados: Sudeste/Centro-Oeste, 75% da MLT; Norte, 57% da MLT; e Nordeste, 29% da MLT.
Os níveis de Energia Armazenada (EAR) de três subsistemas devem superar 60% no fim do próximo mês: Norte, 99,1%; Nordeste, 67%; e Sudeste/Centro-Oeste, 66,8%. A região Sul deve atingir EAR de 48,5% e, se confirmado esse patamar, este indicador terá tido uma elevação de 12,5 pontos percentuais ao longo de junho, considerando que o subsistema deve iniciar o próximo mês com a EAR em 35,6%.
"Seguimos com uma política operativa de preservação de recursos hídricos. A região Sul tem recebido atenção especial, uma vez que as afluências no subsistema, nos últimos meses, foram bem abaixo da média. Vamos seguir nessa política, até que a condição da energia armazenada na região melhore", afirma o diretor-geral do ONS, Marcio Rea.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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