Brasileiros estão entre os que mais querem comprar carros elétricos, diz pesquisa
Pesquisa da consultoria McKinsey mostra que os consumidores também pagariam preço mais alto por esses automóveis em comparação com outros países


Uma pesquisa global realizada pela consultoria McKinsey aponta que os consumidores brasileiros estão entre os que mais se interessam por comprar carros elétricos no mundo e estão mais dispostos por pagar um preço mais alto do que o normal por esse tipo de veículo. O Brasil só fica atrás da China, hoje o maior mercado de veículos eletrificados do mundo, e à frente de nações como Estados Unidos, Alemanha, França e Japão.
Segundo o estudo, quase metade dos entrevistados brasileiros (48%) dizem considerar seriamente comprar um veículo elétrico, e 10% afirmam que têm planos concretos para adquiri-los.
A pesquisa ainda aponta que os brasileiros estão dispostos a pagar um preço até 20% mais alto pelos carros elétricos em relação ao valor dos modelos tradicionais. Metade dos brasileiros (50%) pagaria um preço “premium” para ter um veículo elétrico, ante 38% da média global.
Apesar desse grande interesse, a oferta de carros elétricos no país ainda é limitada. Enquanto no mundo foram vendidos 3,2 milhões de carros elétricos em 2020 – 4% do total, no Brasil as vendas são ainda embrionárias e representaram apenas 0,3% do mercado. Hoje, há apenas 12 modelos elétricos à venda, com custo a partir de R$ 140 mil.
Roberto Fantoni, sócio sênior da McKinsey e um dos responsáveis pela pesquisa, avalia que no Brasil existem quatro desafios principais para a adoção dos carros elétricos, como: alto preço de aquisição, baixa oferta de modelos, infraestrutura incipiente e inexistência de incentivos governamentais para acelerar a adoção. “Os veículos 100% elétricos ou híbridos ainda são considerados itens de luxo. A imensa maioria é importada e tem custos de fabricação significativamente altos, principalmente por causa do custo das baterias. A combinação desses fatores restringe bastante a penetração desse tipo de veículos.”
O motivo dos brasileiros desejarem comprar um carro elétrico se deve ao menor impacto ambiental, à redução de ruído e à tecnologia mais moderna. Aliás, a pesquisa também mostra que os brasileiros também são bastante interessados em adotar novas tecnologias automotivas. Cerca de 85% dos entrevistados dizem que optariam por um carro autônomo, conectados à uma rede online, se estivesse disponível. A partir dessa análise, a consultoria estima que as novas tecnologias podem gerar 60 bilhões de dólares a mais em vendas para a indústria automobilística brasileira.
Na avaliação de Fantoni, para minimizar as perdas durante a crise da Covid-19, as montadoras estão buscando novas fontes de receita, novas parcerias e novos modelos de negócio para retomar o crescimento dos negócios. “Os carros elétricos e os novos modelos de mobilidade podem ser uma oportunidade para as empresas se recuperarem da crise, uma vez que essas novas tecnologias irão promover maior movimento econômico com a necessidade do desenvolvimento de capacidades locais, estimulando a indústria automotiva brasileira como um todo.”
A consultoria entrevistou 1.024 brasileiros com renda mensal a partir de R$ 5 mil, de diversas regiões do país. A pesquisa ainda indica que a pandemia vem mudando rapidamente os cenários para a indústria automobilística, uma vez que existem muitas incertezas.

Adriana Dorante
Jornalista formada pela Universidade Santa Cecília (Santos), com especialização em jornalismo econômico pela PUC/SP. Trabalhou como repórter de economia em grandes veículos de Comunicação, como DCI e jornais regionais em Campinas. Realizou trabalhos em comunicação institucional (publicações impressas e digitais) e assessoria de imprensa para entidades e empresas de diferentes segmentos em São Paulo. Atua na cobertura jornalística do setor elétrico há cerca de 5 anos.
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