Brasil terá que adicionar o equivalente a quatro Itaipus em 10 anos
Demanda por energia elétrica deverá crescer 3,5% ao ano até 2031


O Brasil terá que construir o equivalente a quase quatro Itaipus para atender a demanda de energia elétrica nos próximos dez anos, segundo estudo divulgado pela entidade responsável pelo planejamento do setor energético do país.
A previsão é que o consumo cresça a uma taxa média de 3,5% ao ano entre 2021 e 2031. Com isso, a carga de energia para atender a demanda, inclusive perdas, saltará atuais 70 gigawatts médios para 97 GWméd, com base no cenário de referência.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgou ontem (11/11) os dados sobre a demanda de eletricidade no horizonte do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2031). O documento é atualizado anualmente e serve como referência para o mercado de energia.
O consumo residencial subirá para 208 terawatts-hora (TWh) em 2031, partindo de 151 TWh em 2021. A previsão é que o consumo residencial médio individual avance dos atuais 165 kWh/mês para 196 kWh em 2031. O maior consumo médio por unidade residencial já registrado no Brasil foi em 1998 (179 kWh/mês).
Já a perspectiva do consumo industrial é de um crescimento médio de 3% a.a entre 2021 e 2031, passando de 181 TWh para 243 TWh.
"O cenário de referência supõe o sucesso na realização de reformas estruturais com ganhos de competitividade para a indústria. Em especial, destaca-se a retomada da indústria de construção (beneficiada por novos projetos de concessões e investimentos em infraestrutura), transformação e dos setores exportadores de commodities", destaca a EPE.
De acordo com a EPE, após forte impacto em 2020 em consequência da pandemia da Covid-19, o comércio e as outras classes voltam a apresentar protagonismo na evolução do consumo ao longo do horizonte de planejamento. A taxa média de crescimento está estimada em 4,2% a.a. entre 2021 e 2031 no cenário de referência, passando de 87 TWh para 130 TWh.

Wagner Freire
Jornalista com Bacharel em Comunicação Social pela FMU e pós-graduado em Finanças. Especialista com mais de 10 anos de experiência na cobertura do mercado de energia elétrica, tendo trabalhado no Estadão, CanalEnergia, Jornal da Energia, Revista GTD e DCI.
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