Bandeira tarifária amarela: conta de luz ficará mais cara no Brasil em maio
Com redução das chuvas no país, medida trará custo adicional de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos no próximo mês


Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou bandeira tarifária amarela para o mês maio. Com isso, os consumidores de energia elétrica de todo o Brasil terão custo adicional de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. Conforme a reguladora, o anúncio ocorreu devido a redução das chuvas em meio a transição do período chuvoso para o período seco do ano. As previsões de chuvas e vazões nas regiões dos reservatórios de hidrelétricas para os próximos meses ficaram abaixo da média.
É a primeira vez em 2025 que a bandeira amarela é acionada. Desde dezembro do ano passado, a bandeira tarifária permanecia verde, refletindo as condições favoráveis de geração de energia no país. Com o fim do período chuvoso, a previsão de geração de energia proveniente de hidroelétrica piorou, o que nos próximos meses poderá demandar maior acionamento de usinas termelétricas, que possuem energia mais cara.
A bandeira tarifária é o sistema que sinaliza ao consumidor os custos reais da geração de energia. Criado em 2013 pela Anel, visa dar maior transparência ao repasse desses custos na tarifa de energia. O sistema entrou em vigor em 2015. O sistema é composto por quatro patamares, representados por cores: verde, amarela, vermelha 1 e vermelha 2:
- Bandeira tarifária verde: não traz custo adicional para o consumidor
- Bandeira tarifária amarela: acrescenta R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos
- Bandeira tarifária vermelha 1: acrescenta R$ 4,463 a cada 100 kWh consumidos
- Bandeira tarifária vermelha 2: acrescenta R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos
Reservatórios
Conforme o último boletim do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), divulgado na sexta-feira (25/04), as estimativas de Energia Armazenada (EAR) ao final de maio apontam para três subsistemas com os reservatórios acima de 70%.
"Estamos começando o período seco em condições dentro do esperado e atentos a todos os indicadores. O ONS seguirá utilizando os recursos disponíveis no SIN para garantir a segurança energética e atender plenamente às demandas de energia da sociedade", afirmou o diretor-geral do ONS, Marcio Rea.
A EAR mais expressiva deve ser verificada na região Norte, 98,5%, seguida pelo Nordeste, 72,2%, e pelo Sudeste/Centro-Oeste, 71,1%. O percentual menos favorável deve ser registrado no Sul, com 39,9%, em 31 de maio.
“As projeções de Energia Armazenada estão compatíveis para o período. Se elas se confirmarem, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, por exemplo, apresentará uma recuperação de dois pontos percentuais no armazenamento ao longo do mês. Em um cenário de baixas afluências, esse ganho somente é possível com uma política operativa que busca preservar os recursos hídricos", explicou o diretor de Operação do ONS, Christiano Vieira.
O padrão de afluência abaixo da média, que vem sendo observado nos últimos meses, pode se manter em maio. A tendência é que os níveis de Energia Natural Afluente se mantenham inferiores à mediana do período em todas as regiões. O Sudeste/Centro-Oeste deve registrar 80% da Média de Longo Termo (MLT) em 31 de maio, seguido pelo Norte, com 66% da MLT; pelo Sul, com 48% da MLT; e pelo Nordeste, com 34% da MLT.
Ainda de acordo com o ONS, os cenários prospectivos para a demanda de carga indicam aceleração no Sistema Interligado Nacional (SIN) e em três subsistemas em maio. O crescimento no SIN é estimado em 1,7% (80.394 MWmed).
Entre os submercados, os maiores avanços devem ser verificados no Norte, 4,9% (8.049 MWmed) e no Sul, 4,4% (13.531 MWmed); seguido pelo Nordeste, com 2,9% (13.420 MWmed). Para o Sudeste/Centro-Oeste, a perspectiva inicial é de 0,1% (45.394 MWmed). Os percentuais comparam as projeções de maio de 2025 com os resultados verificados no mesmo período de 2024.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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