Aneel: Crise hídrica aumentará a conta de luz em 21% em 2022

As tarifas de energia devem ter um reajuste médio da ordem de 21,04% no próximo ano, aponta relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O documento foi produzido para estimar o impacto tarifário das ações do governo federal durante a crise hídrica para garantir o fornecimento, incluindo o despacho excepcional de todo o parque termelétrico disponível.

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As melhores estimativas da Aneel apontam um déficit de custo da ordem de R$ 13 bilhões até abril de 2022, já descontada a previsão de arrecadação da receita da bandeira tarifária escassez hídrica no período. Esse déficit frente à cobertura tarifária das distribuidoras resultará em um impacto médio de aproximadamente 6,37%.

Adicionalmente, os contratos de energia firmados no leilão emergencial 25 de outubro, com a contratação de usinas ao custo de R$ 1.600/MWh, vão gerar uma necessidade de cobertura tarifária de R$ 9 bilhões, o que causará um impacto médio de 4,49%. Segundo a Aneel, esse valor permanecerá na tarifa até o final do período dos contratos, em dezembro de 2025.

Cabe destacar que os custos do leilão podem ser maiores a depender da frequência de despachos dessas usinas e do custo de compra do gás natural, que serão percebidos pelas bandeiras tarifárias.

Inflação

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 10 de outubro mostram que as tarifas de energia elétrica acumulam alta de mais de 30% nos últimos doze meses no Brasil. Somente em 2021, a alta é de 19%.

Conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a energia elétrica residencial registrou inflação de 1,16% em outubro, uma desaceleração em relação a setembro, quando o aumento foi de 6,47%.

No final de agosto, o Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou a bandeira tarifaria Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.