360 Solar debaterá gestão de ativos de energia
Estratégias com foco na eficiência operacional serão apresentadas no evento, realizado em 6 e 7 de novembro em Florianópolis (SC)


A gestão de ativos de energia solar será um dos temas principais da 5ª edição do 360 Solar. Representantes de empresas e especialista debaterão o assunto no evento, realizado em Florianópolis em 06 e 07 de novembro.
Serão apresentadas estratégias com foco em eficiência operacional, digitalização e aumento da vida útil dos equipamentos. Serão abordadas ferramentas, indicadores e práticas que otimizam performance e reduzem riscos ao longo do clico de vida dos empreendimentos.
A mesa será moderada pelo pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Lucas Nascimento, e contará com presença dos palestrantes:
- Allan Mesquita (Brasol)
- Luíza Calado (Thopen)
- Ricardo Castro (Remotia)
- Siqueira Neto (Solan Group)
Visão estratégica
Em entrevista ao Portal Solar, o diretor de gestão de ativos da Brasol, Allan Mesquita, falou sobre o atual cenário do mercado de geração distribuída e da importância de transformar dados em uma estratégia de gestão.
Quais as principais oportunidades e desafios para o segmento de gestão de ativos de energia solar no Brasil?
Acredito que estamos em um momento de extrema profissionalização na geração distribuída (GD). Vejo que os investidores estão percebendo o impacto real sobre não fazer a gestão do ativo e fazer apenas a gestão financeira. Isso está gerando um movimento em que, inevitavelmente, será necessário olhar para o risco e o impacto financeiro.
Como se faz uma gestão efetiva? Transformando dados em uma estratégia de negócios. Um gestor pode estar olhando muito para uma situação de disponibilidade ou de performance ratio (PR) de um ativo, mas pode haver um risco muito maior que impossibilite a geração e não foi observado com o devido cuidado.
De modo geral, o mercado brasileiro não ganhou maturidade em termos de confiabilidade operacional estratégica dos ativos. Normalmente, muitas empresas têm uma postura mais reativa. A partir do momento em que há um grande impacto, é que se tomam as decisões. Então não há uma ação preventiva ou preditiva baseada em dados para agir de uma maneira um pouco mais estratégica.
Acho que o nosso desafio como gestor de negócio é transformar o dado em decisão. Entender o risco operacional é, na prática, entender o risco de rentabilidade. Quem não consegue pensar o negócio desta forma, mas apenas no viés técnico ou financeiro, está fadado a ter problemas ao longo do caminho, talvez ao fracasso da operação.
Qual é o atual nível de maturidade do mercado em relação à gestão de ativos?
Foi observando esse cenário que surgiu a unidade de negócios que hoje eu lidero. Percebemos que o mercado, infelizmente, não tinha maturidade para fornecedores de serviços de operação e manutenção, para parte de gestão de ativos de modo geral.
Atualmente, nós estamos presentes em mais de 11 estados com equipes próprias. Temos um grande movimento a partir de operação e manutenção e isso deu solidez para o nosso negócio.
Olhando para o aspecto do consumidor, percebemos também uma evolução. A Brasol tem uma relação muito mais B2B do que B2C, então existe uma interação em que o gestor do outro lado do contrato ganhar mais maturidade para conhecer o negócio, entender como que está o desconto, qual é o retorno e como que ele avalia o investimento. Muda muito a dinâmica ter esse trato.
Qual sua visão do atual momento do mercado energia solar do Brasil?
Acredito que a consolidação do mercado de GD acelerou muito nos últimos dois anos, especialmente após a chamada corrida do ouro em relação a GD 1. Com essa formatação, ficou bem claro quem são os players que estão mais bem posicionados e estruturados.
De 2025 em diante, talvez até 2027, eu penso que teremos um grande movimento associado a fusões e aquisições, com os projetos passando para essas empresas mais consolidadas. Na nossa visão, a Brasil é um desse players que conseguiu fazer essa jornada de forma consistente.
Ao mesmo tempo, a Brasol tem outras unidades de negócios e olha não apenas para a GD, mas também para subestações e baterias. O mercado de BESS talvez possa consolidar ainda mais o segmento de GD, quando verificamos as possibilidades de mudanças regulatórias.
Na sua visão, qual a importância de eventos como o 360 Solar para o mercado de energia solar brasileiro? Quais são as suas expectativas?
Eu acho que o 360 Solar já é uma das agendas de destaque do setor. É um evento que tem o papel fundamental para viabilizar que esse networking entre empresários, investidores, profissionais, seja um debate orientado para os caminhos que o nosso segmento está trilhando, quais são os reais desafios e como fazemos para tornar o mercado mais sólido.
É uma ocasião em que os players podem fazer mais trocas e caminhar para buscar objetivos. Também conseguimos observar a realidade de diferentes nichos. Eu, que atuo em gestão de ativos, posso ter um viés muito diferente de quem é um epecista, por exemplo. É sempre muito válido ouvir pessoas que pensam diferente e isso pode contribuir para as estratégias de negócio.
360 Solar
O 360 Solar será realizado no Centro de Convenções de Florianópolis (Centrosul) em 6 e 7 de novembro. Mais informações sobre a programação e ingressos para o evento podem ser encontradas no site: https://360solar.com.br/

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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