Startup cria super forno usando espelhos, luz solar e inteligência artificial
Patrocinada por Bill Gates, empresa criadora registrou recorde de temperatura, podendo baixar o impacto ambiental da produção de cimento, aço e vidro


A startup Heliogen, apoiada por Bill Gates, criou um forno de 1000°C, com a possibilidade de produzir cimento, aço, vidro e outros materiais sem o uso de combustíveis fósseis. Essa é a primeira vez que um equipamento atinge tal índice calorífico. A temperatura recorde atingida em energia solar foi resultado da aplicação de campo de espelhos e inteligência artificial (IA) no equipamento.
A tecnologia combinou os dois sistemas para refletir raios solares que geraram calor acima de mil graus Celsius – um quarto da temperatura do Sol. O método não é novidade, mas é a primeira vez que alguém consegue atingir temperaturas altas o suficiente para produzir cimento e aço, por exemplo.
Ao invés de usar painéis solares para capturar energia, o sistema usa “energia solar concentrada”. “Se você pegar mil espelhos e alinhá-los exatamente em um único ponto, poderá atingir temperaturas extremamente altas”, diz Bill Gross, fundador e CEO da Heliogen. Segundo Gross, a startup alcançou essa marca no primeiro dia em que ligou sua fábrica.
A IA foi fundamental para o desenvolvimento dessa inovação com o uso de um software de computação de visão, detecção automática e outras tecnologias sofisticadas para treinar um campo de espelhos para refletir a luz solar em apenas um ponto.
Agora, empresas podem reduzir em até 60% o uso de combustíveis fósseis para a produção de cimento, aço, vidro e outros materiais, diminuindo significativamente as emissões de poluentes. O cimento, por exemplo, representa 7% da emissão de carbono mundial, de acordo com a Agência Internacional de Energia.
“A capacidade do forno atingir as altas temperaturas exigidas para esses processos é um desenvolvimento promissor na busca de um dia substituir o combustível fóssil”, afirma Bill Gates. Mesmo em dias nublados, as indústrias conseguiriam gerar calor pela tecnologia, graças a um sistema de reserva.
Segundo a Heliogen, sua usina está gerando energia suficiente para, no futuro, sintetizar hidrogênio em larga escala. A ideia é que o hidrogênio possa ser transformado em combustível para automóveis e aeronaves. “Se você conseguir produzir hidrogênio verde, isso muda o jogo”, diz Gross. “A longo prazo, queremos ser a empresa de hidrogênio verde.”
Porém, no momento, a startup está focada em energia solar. Agora, o maior desafio para a Heliogen é convencer as empresas a investirem na troca para esse sistema, mais sustentável. Os primeiros clientes serão anunciados em breve, segundo Gross.

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